Breve. Na verdade, conciso. Curto, mas extenso, senão amplo e diminuto. A sua poesia é bela. Envolve pela simplicidade com que vem nos dizer as coisas. Com as letras arquiteta um texto um tanto que só seu. Produz um Haikai meio que à sua maneira, sem métrica nem regras pré-formuladas. Um Raí-cái dos diacho em pleno sertão nordestino, mas ainda centro urbano litorâneo. Moderno, ao passo que, contemporâneo. Raphael Barros em “Mim pra Ti” retrata apenas uma pequena parte da sua poesia, mas consegue fazer transparecer o seu estilo próprio. No decorrer do texto usa um teclado atabaque, uma caneta, que falo, mexe e remexe com cotidiano tão próximo do nosso. Bravo! Breve e bravo. E é justamente isso que vem despertar a atenção. A facilidade, que com, sutilidade aborda situações corriqueiras e conta de uma forma corriqueira, a quem quer que queira, se acaso queira. Fala simples o que parece ser tão complicado, e que às vezes nos parece ser tão simples. Como também fala simples o que dispensa maior atenção, ao ponto de representar fuga e refúgio no exterior do quarto e interior dele. Um punhado de bons poemas, é o que nos presenteia agora com a publicação deste livreto de poesias, e cabe a nós apenas, o prazer de degustá-lo.Apreciem.
Guethner Wirtzbiki.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Definição e origem do sobrenome Wirtzbiki
Wierzbicki significa “natural ou habitante de Wierzbica”. Wierzbica é um território do noroeste da Polônia, que faz fronteira com a Alemanha e que assim é nomeada pela presença abundante de ‘Wierzba’ na sua região. Wierzba é o nome polaco do salgueiro, nome das plantas do gênero Salix, da família Salicaceae. O nome Salix provavelmente é oriundo do celta e significa ‘próximo da água’. A casca do tronco do Salix é utilizada para a produção da aspirina, e é justamente da forma latina do salgueiro(Salix) que se deriva o nome Ácido acetilsalicílico. Do salgueiro também se produz o vime, que tão importante é na tradicional cestaria e produção de mobiliário artesanal.
Guethner Wirtzbiki.
Guethner Wirtzbiki.
Escritora Fernanda Benevides escreve sobre Gadelha do Cordel e "A Saga de Franz"
Texto Publicado na terceira capa do livreto "A saga de Franz"
Guethner Gadelha Wirtzbiki, o Gadelha do Cordel, nasceu em 08/03/1981 na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Desde a infância demonstra o gosto pela literatura, escrevendo pequenas histórias , que logo começam a ser publicadas em suplementos infantis de periódicos locais, ganhando concursos literários destinados à sua faixa etária.
Carrega a arte em sua herança genética, tanto do lado paterno quanto do lado materno.Seu pai, Gothardo Macedo, era dado à lida de escrever, e seu primo Dimas Macedo, é escritor reconhecido.Do lado materno, encontramos seu bisavô, o poeta Francisco Silvério, e o grande artista plástico Descartes Gadelha.
Tem textos publicados em antologias a nível nacional, nas categorias poesia e conto, publicadas pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, CBJE, sediada no Rio de Janeiro. Possui participação, ainda, em fanzines, dos quais se destaca a sua atuação no Palavra Desordem, publicado pela comunidade da UFC.
Seu trabalho literário vem sendo reconhecido por demonstrar tamanha criatividade. Sua obra “A História de (mais um) Francisco, o Rapaz que Queria Mudar o Mundo” foi recentemente citada pelo jornal “Correio da Tarde”, do Rio Grande do Norte, que indica a sua leitura, no projeto “Pedagogia no Cordel” da coluna “Pedagogia da Gestão”, pela visão que o autor tem da política brasileira e do tipo de político que temos à nossa volta. Seu cordel “A Rebelião das Letras” foi usado didaticamente em oficina de literatura realizada pela ONG Mediação de Saberes com os jovens carentes da favela da Graviola. Alguns de seus trabalhos já alçaram o campo internacional. “A Herança do Sultão, Ou Os Três Anéis da Discórdia” após seu lançamento na 7° Bienal Internacional do Livro do Ceará, pela Tupynanquim Editora, foi apresentado no Congresso Internacional de Cultura Popular realizado no México, em 2004. Já “A Lenda do Boto” fez parte da exposição “O Ano do Brasil na França”, em 2005. Contribuiu para o 2° Congresso Internacional de Odontologia com o texto “Para Quê a Problematização?”, realizado no Centro de Convenções de Fortaleza. No texto, abordou o ‘Arco de Maguerez’ e a ‘Problematização’, elementos tais, que mesclam interesses sociais e odontológicos em prol de uma melhor assistência à comunidade. O texto foi exposto em banners e distribuído em folders durante o evento.
Segundo o poeta Batista de Lima, “o jovem tem talento e potencial”, e “parece começar de onde os outros terminam”, além de informar que “seus poemas são significativos”.
Na área da dramaturgia, escreveu a obra intitulada “O céu dos poetas” abordando valores nacionais e regionais.Sua atuação mais expressiva, no entanto, é com a cultura popular, na área destinada à literatura de cordel.
Seus cordéis tratam de diversos temas, sejam eles o Cotidiano Urbano ( Valentino, o covardão), a preservação das Lendas Brasileiras (A Lenda do Boto), a preocupação com a Saúde da população (Cordel Dental) entre outros. Sua característica mais notável, assim como Leandro Gomes de Barros, é a adaptação de textos da literatura universal para o cordel. Destacam-se “A Herança do Sultão, ou Os Três Anéis da Discórdia” adaptada do livro Decamerão, do autor italiano, Bocaccio ; “A Peleja Entre o Poeta Erudito e o Poeta Popular” adaptada do poema “Variações Semânticas” do poeta concretista Haroldo de Campos e “A Verdadeira História de Ismália” adaptada do poema “Ismália” do poeta mineiro Alphonsus de Guimaraens.
Ao lado do seu amigo Amanay Parangaba, idealiza o projeto “Palavrandante: literatura itinerante” fundando assim, o selo editorial Palavrandante, com o intuito de tornar viável a profusão da literatura, de uma forma independente do mercado editorial já existente.
Nesse novo trabalho, “A Saga de Franz”, vem mais uma vez mostrar toda a força de seu talento, com suas inovações, cada vez mais características de seu estilo. Consegue, com excelência, dar um toque de nordestinidade às suas raízes polacas e alemãs.
“A saga de Franz” é, sem sombra de dúvidas, um trabalho de beleza irretocável.
* Fernanda Benevides, Escritora.
Guethner Gadelha Wirtzbiki, o Gadelha do Cordel, nasceu em 08/03/1981 na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. Desde a infância demonstra o gosto pela literatura, escrevendo pequenas histórias , que logo começam a ser publicadas em suplementos infantis de periódicos locais, ganhando concursos literários destinados à sua faixa etária.
Carrega a arte em sua herança genética, tanto do lado paterno quanto do lado materno.Seu pai, Gothardo Macedo, era dado à lida de escrever, e seu primo Dimas Macedo, é escritor reconhecido.Do lado materno, encontramos seu bisavô, o poeta Francisco Silvério, e o grande artista plástico Descartes Gadelha.
Tem textos publicados em antologias a nível nacional, nas categorias poesia e conto, publicadas pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, CBJE, sediada no Rio de Janeiro. Possui participação, ainda, em fanzines, dos quais se destaca a sua atuação no Palavra Desordem, publicado pela comunidade da UFC.
Seu trabalho literário vem sendo reconhecido por demonstrar tamanha criatividade. Sua obra “A História de (mais um) Francisco, o Rapaz que Queria Mudar o Mundo” foi recentemente citada pelo jornal “Correio da Tarde”, do Rio Grande do Norte, que indica a sua leitura, no projeto “Pedagogia no Cordel” da coluna “Pedagogia da Gestão”, pela visão que o autor tem da política brasileira e do tipo de político que temos à nossa volta. Seu cordel “A Rebelião das Letras” foi usado didaticamente em oficina de literatura realizada pela ONG Mediação de Saberes com os jovens carentes da favela da Graviola. Alguns de seus trabalhos já alçaram o campo internacional. “A Herança do Sultão, Ou Os Três Anéis da Discórdia” após seu lançamento na 7° Bienal Internacional do Livro do Ceará, pela Tupynanquim Editora, foi apresentado no Congresso Internacional de Cultura Popular realizado no México, em 2004. Já “A Lenda do Boto” fez parte da exposição “O Ano do Brasil na França”, em 2005. Contribuiu para o 2° Congresso Internacional de Odontologia com o texto “Para Quê a Problematização?”, realizado no Centro de Convenções de Fortaleza. No texto, abordou o ‘Arco de Maguerez’ e a ‘Problematização’, elementos tais, que mesclam interesses sociais e odontológicos em prol de uma melhor assistência à comunidade. O texto foi exposto em banners e distribuído em folders durante o evento.
Segundo o poeta Batista de Lima, “o jovem tem talento e potencial”, e “parece começar de onde os outros terminam”, além de informar que “seus poemas são significativos”.
Na área da dramaturgia, escreveu a obra intitulada “O céu dos poetas” abordando valores nacionais e regionais.Sua atuação mais expressiva, no entanto, é com a cultura popular, na área destinada à literatura de cordel.
Seus cordéis tratam de diversos temas, sejam eles o Cotidiano Urbano ( Valentino, o covardão), a preservação das Lendas Brasileiras (A Lenda do Boto), a preocupação com a Saúde da população (Cordel Dental) entre outros. Sua característica mais notável, assim como Leandro Gomes de Barros, é a adaptação de textos da literatura universal para o cordel. Destacam-se “A Herança do Sultão, ou Os Três Anéis da Discórdia” adaptada do livro Decamerão, do autor italiano, Bocaccio ; “A Peleja Entre o Poeta Erudito e o Poeta Popular” adaptada do poema “Variações Semânticas” do poeta concretista Haroldo de Campos e “A Verdadeira História de Ismália” adaptada do poema “Ismália” do poeta mineiro Alphonsus de Guimaraens.
Ao lado do seu amigo Amanay Parangaba, idealiza o projeto “Palavrandante: literatura itinerante” fundando assim, o selo editorial Palavrandante, com o intuito de tornar viável a profusão da literatura, de uma forma independente do mercado editorial já existente.
Nesse novo trabalho, “A Saga de Franz”, vem mais uma vez mostrar toda a força de seu talento, com suas inovações, cada vez mais características de seu estilo. Consegue, com excelência, dar um toque de nordestinidade às suas raízes polacas e alemãs.
“A saga de Franz” é, sem sombra de dúvidas, um trabalho de beleza irretocável.
* Fernanda Benevides, Escritora.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
O Encontro com Deus
Era a primeira vez que ele fazia aquilo. Ir a uma médium consultar sobre o seu destino. Estava apreensivo. Eufórico. Entrou na casa, que era toda decorada em estilo esotérico, e sentou-se na cadeira. A mulher encarregada de desvendar-lhe o futuro sentou-se também. Cantou um mantra. Ele arrepiou-se todo. E com uma voz sombria, ela revelou-lhe: “-Logo, logo terás um encontro com Deus. Eu sei que falta alguma coisa, mas só consigo ver isso”. E então ele ficou nervoso. Impaciente. Na melhor das hipóteses, iria morrer.E a partir daquele instante, ele só teria mais e mais decepções.
Logo de cara, dez reais pela consulta. Dez reais para ir ao inferno e voltar. E talvez, depois, até ficar por lá. Então, ele saiu desiludido. Apático. Queria morrer. Não! Queria viver. Ele queria realmente viver. E, receoso, foi à casa de uma mulher que botava baralho. Queria ter certeza. Tinha, ao menos, que lutar.
Logo de cara, dez reais pela consulta. Dez reais para ir ao inferno e voltar. E talvez, depois, até ficar por lá. Então, ele saiu desiludido. Apático. Queria morrer. Não! Queria viver. Ele queria realmente viver. E, receoso, foi à casa de uma mulher que botava baralho. Queria ter certeza. Tinha, ao menos, que lutar.
E a mulher, pondo o baralho, com olhar apreensivo, disse-lhe: “-Em menos de um mês terás um encontro com Deus. Eu sei que falta alguma coisa, mas só vejo isso”. Deixando o olhar apreensivo de lado, deu um sorriso estonteante e estendeu a mão, levando quinze reais da nossa personagem. E agora? O que fazer? O destino estava fadado. Haveria a morte, haveria o encontro com Deus. E em breve.
Saiu da casa da cartomante. Queria andar. Andar sem destino. Sentia toda a dor do mundo sobre os seus ombros. Queria gritar. Gritar a sua própria dor. O seu medo. De uma fagulha de esperança, ainda tirou forças para ir à casa de uma baiana que botava búzios. Foi tímido. Cabisbaixo. Já sabia qual seria a resposta. A mulher, surpresa ao ler os búzios, falou trêmula ao homem: “-Se arrependerá de tudo que você fez. Em menos de um mês se encontrará com Deus. Eu sei que falta alguma coisa, mas só consigo ler isso”. Depois de ouvir essas palavras, o homem tirou vinte reais da carteira e pagou a baiana. Saiu de lá refletindo sobre “se arrepender de tudo que tinha feito”, e pensou: “Se vou me encontrar com Deus, e me arrepender, vou começar a fazer coisas boas para dar tudo certo”.
Foi ao banco, zerou sua poupança. Ficou somente com o necessário para dois meses (caso ocorresse algum imprevisto, afinal de contas, Deus é brasileiro) e distribuiu todo o restante com os pobres. Pegou todos os utensílios de sua casa e deu para os seus vizinhos. Doou sua casa para ser a sede de um orfanato. Virou, vamos assim dizer, um santo. Tarefa cumprida, voltou para a pousada onde havia se hospedado, pagando dois meses adiantado. E bem na porta da pousada, com um vestido decotadíssimo, ele avistou uma mulher daquelas. Extremamente desejável. Pensou consigo: “Só um flerte. Só uma noitadinha”. Depois de toda a bondade que havia realizado, Deus tinha que fazer uma mínima vista grossa, afinal, ele era um homem.
Chegou bem de mansinho com ar de conquistador barato e perguntou com a maior intimidade à moça:
-Qual a sua graça minha linda?
-Meu nome é Deusdete. E o seu?
Guethner Wirtzbiki
Saiu da casa da cartomante. Queria andar. Andar sem destino. Sentia toda a dor do mundo sobre os seus ombros. Queria gritar. Gritar a sua própria dor. O seu medo. De uma fagulha de esperança, ainda tirou forças para ir à casa de uma baiana que botava búzios. Foi tímido. Cabisbaixo. Já sabia qual seria a resposta. A mulher, surpresa ao ler os búzios, falou trêmula ao homem: “-Se arrependerá de tudo que você fez. Em menos de um mês se encontrará com Deus. Eu sei que falta alguma coisa, mas só consigo ler isso”. Depois de ouvir essas palavras, o homem tirou vinte reais da carteira e pagou a baiana. Saiu de lá refletindo sobre “se arrepender de tudo que tinha feito”, e pensou: “Se vou me encontrar com Deus, e me arrepender, vou começar a fazer coisas boas para dar tudo certo”.
Foi ao banco, zerou sua poupança. Ficou somente com o necessário para dois meses (caso ocorresse algum imprevisto, afinal de contas, Deus é brasileiro) e distribuiu todo o restante com os pobres. Pegou todos os utensílios de sua casa e deu para os seus vizinhos. Doou sua casa para ser a sede de um orfanato. Virou, vamos assim dizer, um santo. Tarefa cumprida, voltou para a pousada onde havia se hospedado, pagando dois meses adiantado. E bem na porta da pousada, com um vestido decotadíssimo, ele avistou uma mulher daquelas. Extremamente desejável. Pensou consigo: “Só um flerte. Só uma noitadinha”. Depois de toda a bondade que havia realizado, Deus tinha que fazer uma mínima vista grossa, afinal, ele era um homem.
Chegou bem de mansinho com ar de conquistador barato e perguntou com a maior intimidade à moça:
-Qual a sua graça minha linda?
-Meu nome é Deusdete. E o seu?
Guethner Wirtzbiki
* Conto publicado no livro Encontos e desencontos, um dos vencedores do Edital de Incentivo à literatura da Prefeitura de Fortaleza.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Pré-reencontro
Ao passo que no espaço o mundo gira
Modela devagar com o próprio traço
As trilhas do destino, passo a passo
No tempo que antecede ao que se expira.
Dedilha nas cordas da harpa celeste
As canções que embalam nossas vidas
Podando as coisas idas já vividas
E o livre-arbítrio que ao homem reveste.
De pouco em pouco é que tudo acontece
Restando pro futuro o outro instante
Onde o que virá não é tão distante
Senão por um momento que decresce.
Assim tudo se forma e se transforma
Dinâmica por própria natureza
E enquanto a vida transpõe tantas normas
Quisera eu dominar toda a incerteza.
Um dia o reencontro é inevitável
Eterno, sublime e inquestionável
Intenso, mesmo que num só olhar,
Recomeçando então outra saudade
Ocada na lembrança da unidade
Zerada quando deixar de esperar...
Guethner Wirtzbiki, Janeiro de 2008
*Poema publicado na seção Poesia do caderno Universo do Jornal O Mossoroense no dia 03/02/2008.
Link da página do jornal: http://www2.uol.com.br/omossoroense/030208/conteudo/poesia.htm
Modela devagar com o próprio traço
As trilhas do destino, passo a passo
No tempo que antecede ao que se expira.
Dedilha nas cordas da harpa celeste
As canções que embalam nossas vidas
Podando as coisas idas já vividas
E o livre-arbítrio que ao homem reveste.
De pouco em pouco é que tudo acontece
Restando pro futuro o outro instante
Onde o que virá não é tão distante
Senão por um momento que decresce.
Assim tudo se forma e se transforma
Dinâmica por própria natureza
E enquanto a vida transpõe tantas normas
Quisera eu dominar toda a incerteza.
Um dia o reencontro é inevitável
Eterno, sublime e inquestionável
Intenso, mesmo que num só olhar,
Recomeçando então outra saudade
Ocada na lembrança da unidade
Zerada quando deixar de esperar...
Guethner Wirtzbiki, Janeiro de 2008
*Poema publicado na seção Poesia do caderno Universo do Jornal O Mossoroense no dia 03/02/2008.
Link da página do jornal: http://www2.uol.com.br/omossoroense/030208/conteudo/poesia.htm
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
New Mondubas
Novo Mondubim raquítico
Dos azulejos pequenos
Dos vizinhos truculentos
Dos blocos sem esperança
Do pré-conjunto Esperança
Dos bebuns de botequim
Do chafariz de água limpa
Das cascas de amendoim
Do arisco revolvido
Do chão que sente o peão
Rodopiando, assistido
Arremessado ao chão
Pelas mãos de uma criança
Que sorrindo, sem pujança
Mantém a pipa no ar
Às rumas, de pés descalços
Bem às margem do Contorno
O tapete de asfalto
Que divide bem ao meio
Casas e apartamentos
Lembranças e sentimentos
Como que um afluente
Vindo da Perimetral.
Guethner Wirtzbiki, 12/02/08
Dos azulejos pequenos
Dos vizinhos truculentos
Dos blocos sem esperança
Do pré-conjunto Esperança
Dos bebuns de botequim
Do chafariz de água limpa
Das cascas de amendoim
Do arisco revolvido
Do chão que sente o peão
Rodopiando, assistido
Arremessado ao chão
Pelas mãos de uma criança
Que sorrindo, sem pujança
Mantém a pipa no ar
Às rumas, de pés descalços
Bem às margem do Contorno
O tapete de asfalto
Que divide bem ao meio
Casas e apartamentos
Lembranças e sentimentos
Como que um afluente
Vindo da Perimetral.
Guethner Wirtzbiki, 12/02/08
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Gadelha do Cordel no Jornal O Mossoroense
Após contato com Caio Muniz, editor da seção poesia do caderno universo do jornal O Mossoroense, começou uma parceria desde outubro do ano passado. Alguns textos meus já foram veiculados, dos quais ,"Descrença" (http://www2.uol.com.br/omossoroense/291107/conteudo/poesia.htm), "O Poeta e a bailarina" (http://www2.uol.com.br/omossoroense/091207/conteudo/poesia.htm) e "Saudades" (http://www2.uol.com.br/omossoroense/130108/conteudo/poesia.htm), se destacam por sua qualidade literária. Há ainda o poema acrótico É poema! É poema! É poema, (http://www2.uol.com.br/omossoroense/301207/conteudo/poesia.htm). Próximo domingo tem mais, será publicado o poema "Pré-reencontro", vale conferir.
Abaixo, dois poemas para apreciação, "Descrença" e "O poeta e a bailarina":
Descrença
O corpo, a mente e a alma em amargura
do coração arrancam a emoção
e pouco a pouco abalam as estruturas
furtando os alicerces da razão.
Negada a vida dura ante à fissura
nega a cura do vício da ilusão
caminha sobre o abismo da loucura
o homem preso à torpe depressão.
Envolto na maré cheio de medo
que nesse vai e vem de sentimentos
obriga à vida e à morte o tal dissídio.
Mesmo sabendo ser ainda tão cedo
de fraco não aguenta os seus tormentos
e entrega a própria vida ao suicídio.
O poeta e a bailarina
"O amor não se aprende nem se ensina"
Escreveu o poeta em poesia
Ao inspirar-se ao som da melodia
Que na alma incitava mais sua sina.
A palidez alva dessa menina
Que de porcelana se revestia
Girando em cadência de harmonia
Sobre a sua caixinha, a bailarina.
Incansável o viajante sonhador
Mesmo sabendo que não podia tê-la
Deslumbrava-se enquanto ia fitá-la.
Mas de tão abstrato que era o amor
Tinha que contentar-se só em vê-la
Ousando de vez em quando tocá-la.
Abaixo, dois poemas para apreciação, "Descrença" e "O poeta e a bailarina":
Descrença
O corpo, a mente e a alma em amargura
do coração arrancam a emoção
e pouco a pouco abalam as estruturas
furtando os alicerces da razão.
Negada a vida dura ante à fissura
nega a cura do vício da ilusão
caminha sobre o abismo da loucura
o homem preso à torpe depressão.
Envolto na maré cheio de medo
que nesse vai e vem de sentimentos
obriga à vida e à morte o tal dissídio.
Mesmo sabendo ser ainda tão cedo
de fraco não aguenta os seus tormentos
e entrega a própria vida ao suicídio.
O poeta e a bailarina
"O amor não se aprende nem se ensina"
Escreveu o poeta em poesia
Ao inspirar-se ao som da melodia
Que na alma incitava mais sua sina.
A palidez alva dessa menina
Que de porcelana se revestia
Girando em cadência de harmonia
Sobre a sua caixinha, a bailarina.
Incansável o viajante sonhador
Mesmo sabendo que não podia tê-la
Deslumbrava-se enquanto ia fitá-la.
Mas de tão abstrato que era o amor
Tinha que contentar-se só em vê-la
Ousando de vez em quando tocá-la.
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