História do bairro Dias Macedo
Ao Deus Todo-poderoso
Peço o Seu consentimento
Para então poder versar
Com total discernimento
Sobre, entre tantas idéias,
A que diante a platéia
Rouba a atenção do momento.
Ultimamente dedico
Meus fazeres literários
Às pesquisas sobre os bairros
Que estão no itinerário,
E para este ato tão nobre
Materialmente pobre
Nem cobro meus honorários.
Faço por amor que tenho
A nossa memória oral
Que teima em vir me dizer
Fatos da história local,
E extraio de Fortaleza
Retalhos desta beleza
Peças soltas de um total.
Antes que eu me prolongue
E não comece tão cedo
A discursar sobre o tema
Que já não é mais segredo
Vou agora revelar
Que venho cordelizar
O bairro Dias Macedo.
Falarei poucas palavras
Sobre específica história
Do povo e povoação
Que ainda constam na memória
Dos antigos moradores
Que amarguraram dores
Mas conquistaram vitória.
O bairro Dias Macedo
Que em versos eu represento
Surgiu nos anos sessenta,
Em seu primeiro momento
Brotou das mãos das volantes
Dos diversos retirantes
Que nele tinham um intento.
Intento de se instalar
fixando residência
Vinham fugidos da seca
Que induzia a indigência
Trazia a fome e a morte
E toda espécie de sorte
A furtar-lhes a decência.
Na capital procuravam
Por melhores condições
Vinham de suas cidades
De diversas regiões
A carregarem seus trapos
Agüentando os sopapos
Do trilhar dos caminhões.
Surgiu o Dias Macedo,
(Já sabido por vocês)
Às margens de uma BR,
Nossa cento e dezesseis,
Como bairro foi surgindo
Ao passo que ia emergindo
Dia a dia, mês a mês.
A população que vinha
Toda que desgovernada
Improvisou seus barracos
E numa pressa danada
Aumentou em dimensão
Espaço e população
Numa ação desenfreada.
Ainda às margens da cidade
Reconhecida tão bela
O bairro pegava forma
De desnítida aquarela
Que estava se completando
E o tempo foi passando
Originando as Favelas.
Falta de higienização
Tratou de trazer bem cedo
A preocupação de muitos
Dentre eles, os Macedo
Família proprietária
Da área latifundiária
Onde se passa o enredo.
Nesse ponto dou uma pausa
Na histórica seqüência
Para explicar ao leitor
Com tranqüila paciência
A respeito dos Macedo
Alicerces quais rochedo
Cuidaram da indigência.
O primeiro passo foi
Criar-se uma fundação
Que pudesse facultar
Ao povo, uma educação,
Abrindo-lhes horizontes
Construindo juntos, pontes
Promovendo a informação.
Antônio Dias Macedo
Era o nome que a regia
Fundação que no local
Muita coisa já fazia
Projetos financiava
Com o povo articulava
E à causa aderia.
Foi quem instalou o centro
Que comunitário era
Chamado “Nova vivenda”
Que o Paroquial pondera
A atitude louvável
Numa forma bem notável
Foi trazendo uma outra era.
Depois foi vez do Conselho
Provisório de Moradores
Que também estimulados
Digo senhoras, senhores
Que foi uma grande ajuda
Como quem planta uma muda
Prevendo as cores das flores.
Com o Posto de saúde
E com o Grupo escolar
A Fundação começou
De fato a financiar
Os projetos indicados
Que pro povo eram voltados
A fim de os capacitar.
Conselho de moradores
Com orientação política
Não poderia jamais
Envergar postura mítica
Ao Pirambu se aliou
Com o fato consolidou
Uma atitude mais crítica.
Outras coisas decisivas
Para do bairro, a expansão
Desafogando as favelas
Mudando a situação
Foi uma luta tecer
“Terra nossa” e “Renascer”
Frutos da ocupação.
Eis que o referido bairro
Foi melhor distribuído
Anteriormente rural
Ficou mais evoluido
Foi percebido no ato
Uma conquista de fato
Pelo povo conseguido.
A luta por moradia
Não cessou nenhum momento
E de fato culminara
Com seu desfavelamento
Favelas, antigos lares
Viram casas populares
No bairro em questionamento.
Regime de multirão
Ajuda mútua, amizade
Esperança, persistência
Perseverança, hombridade
Sentimentos que excedem
Que concedem e que concebem
O bairro em nossa cidade.
Além dos assentamentos
E conquistas, dentre tantas
A construção do semáforo
Na Avenida Pedro Dantas
Cruzando a Alberto Craveiro
Foi ato firme e ordeiro
Que até hoje glórias canta.
Distante nove quilômetros
Do centro desta cidade
O bairro Dias Macedo
Esbanja prosperidade,
Projeto de lei do então
Agamenom Frota Leitão
Vereador desta cidade.
Conhecido inicialmente
Por bairro "Mata-Galinha"
Com picaresco sentido
Que esta história continha
Do riacho que banhava
A relva que sitiava
A área circunvizinha.
Conta a memória local
Dos antigos moradores
Que o riacho em questão
Foi rota de vendedores,
E que um vendedor pateta
Perdera a carga completa
Que levava aos compradores.
Querendo transpor o riacho
O veículo tombou
Pois o caminhão de carga
Logo desequilibrou
E toda a carga que tinha
(A caçamba de galinhas)
No riacho se afogou.
Depois de "Mata-Galinha"
Outro nome o sucedeu
Foi com o nome Parque Olinda
Que muito se conheceu
Não tardou, logo bem cedo
Tornou-se Dias Macedo
Nome que prevaleceu.
Caros amigos leitores
Peço-lhes compreensão
Se acaso, porventura
No curso da redação
Escrevi neste cordel
Alguma história infiel
Usando de imprecisão.
Já que recorri com afinco
À minhas fontes de estudo
Sou ciente que de fato
Não pude relatar tudo
Mas fui muito fidedigno
E se acharem-me indigno
Abaixo a guarda do escudo.
Guethner Wirtzbiki, 10/06/08
Um comentário:
lindo!
ótima iniciativa...
assim é fácil aprender!=D
espero os próximos...
BJoooo
Postar um comentário