Gosto tanto do teu jeito de olhar
Envolvendo-me a dispersa atenção
Onde fisga com os olhos, meu pensar
Refletindo toda a imaginação
Gerenciando o que eu sinto no ar
Implicando forte interrogação.
Amiga te confesso formalmente
Tens o poder de (re)mexer comigo
Intento que jamais te descontente
Meu querer é tornar-me teu amigo...
Bom seria poder tornar presente
O provar um momento a sós contigo.
Guethner Wirtzbiki, 15/04/2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
O Selo Editorial PalavrAndante e o Zine Palavra Desordem, por Alexandre Gomes
O Selo Editorial PalavrAndante é o desenrolar de um projeto literário surgido a partir publicação de fanzines (revistas artesanais fotocopiadas) e folhetos de literatura de cordel veiculados no cenário alternativo da cidade de Fortaleza, Ceará. Atuando desde 2002, o Selo PalavrAndante conta atualmente com o fanzine PalavraDesordem e cerca de 15 folhetos de literatura de cordel, de Amanay Parangaba e Gadelha do Cordel, além de proporcionar outras formas de intervenção em espaços coletivos, em vídeoarte e em artes-plásticas. Escrevemos sobre o nosso cotidiano e sua recriação a partir da construção de uma cultura literária comum, na qual contamos nossas lendas e histórias. Não perdemos a utopia e propomos a poesia. O Selo PalavrAndante nasceu da necessidade de criarmos meios próprios de divulgação, do sonho de vivenciarmos outras formas de organização, baseadas na autonomia, na não-hierarquia de nossas relações e no caráter não-comercial de nossa produção literária. Criamos esta página na Internet em agosto de 2004, já visitada por mais de 7 mil pessoas, onde disponibilizamos os textos publicados no zine PalavraDesordem até seu oitavo número, atualmente na 10º- edição; contando um pouco de nossas propostas e um meio de estabelecermos contatos com outros grupos literários independentes pelo Brasil, para troca de matérias, intercâmbio e publicação de trabalhos conjuntos, além de proporcionar a criação de uma rede paralela de divulgação destas outras formas de intervenção literária virtual ( site da revista Pindaíba: www.pindaiba.clic3.net ; outros pontos na rede: www.setepeixes.cjb.net ; http://www.pontemetalica.clic3.net/ ; http://www.noiteescura.clic3.net/ ; http://www.corsário.art.br/; http://www.sujeitosubjetivo.blogspot.com/; http://www.palavradesordem.siteonline.com.br/). A proposta do Selo PalavrAndante é a auto-gestão poético literária, publicando autores inéditos e fora do circuito literário oficial (desde o início de nossas atividades já escreveram em nossas páginas mais de 50 diferentes autores) e incentivando a formação de grupos literários independentes dos grandes veículos midiáticos. Nunca tivemos patrocinadores e conclamamos a todos que expressam pensamentos em escritos e desejam coletivizá-los que se juntem e organizem seu próprio selo editorial. Criem maneiras alternativas de arrecadarem fundos (bingos, rifas, vendas de livros, festas etc) e coloquem os textos para copiar em pequenas gráficas da cidade. A nossa organização só depende de nossos esforços, e é na busca dessa autonomia que pretendemos criar o inexistente para vivenciar o novo, seja em nossas relações seja em nossas produções. O esforço coletivo dá milhões de frutos mais que mil idealistas isolados em suas utopias individuais, pretensamente revolucionárias. Contra preconceitos, hierarquias e toda forma de fascismo cotidiano, continuamos contando nossos causos!!! PALAVRA DESORDEM é um zine coletivo de contos e escritos livres feito por um grupo de afinidades de Fortaleza, Ceará, Brasil. Fala sobre política, o cotidiano e sua recriação a partir da construção de uma cultura literária comum, na qual cantamos nossas lendas e contamos nossas histórias. Não perdemos a utopia e propomos a poesia. Temos de criar o inexistente se quisermos viver o novo, seja em nossas relações seja em nossas produções. Digitalizamos nossos causos para a desordem da palavra!!! O BENFICA é um pequeno bairro de Fortaleza, porém agrega em seus becos, ruas, praças e avenidas indivíduos provindos de diversos lugares da cidade, que convivem diariamente com o ar bucólico e ainda poético do lugar. Foi lá que nasceu o Palavra Desordem, como proposta independente de publicação de escritos e outras formas de intervenções coletivas nos diversos campos da criação e no espaço urbano de Fortaleza. Lá, onde as árvores crescem no meio das ruas... Ou as ruas é que estão embaixo das árvores??!! Nos reunimos e vivemos.
Amanay Parangaba
* Esse texto pode ser conferido no link do Palavra Desordem : http://www.palavradesordem.siteonline.com.br/
Amanay Parangaba
* Esse texto pode ser conferido no link do Palavra Desordem : http://www.palavradesordem.siteonline.com.br/
O "Novo Cordel", por Manoel Monteiro
Novo cordel
Por Manoel Monteiro (*)
Venho falando há bom tempo que o - Folheto de Feira - ou cordel, livretos em poesia, tão difundidos no Brasil afora, está vivendo momentos de revitalização. Na vida nada acontece por acaso, tudo justifica-se. Vejam: Muitos dos poetas em atividade estão discutindo problemas atuais, fazendo que seus textos concorram em pé de igualdade com os demais meios de comunicação e levando o seu trabalho poético às escolas de todos os níveis, a ponto de muitas delas já classificarem, sem nenhum constrangimento, o folheto como paradidático. A leitura de uma obra poética é prazeirosa pela própria leveza do estilo literário.
Os poetas brincam de contar Histórias e não é de hoje que vêm acomodando criativamente clássicos da literatura universal na exigüidade das 16, 24 e 32 páginas que os cordéis ocupam. Fora as histórias inventadas (O Vingador da Honra ou o filho justiceiro) têm as histórias recontadas (A Herança do Sultão ou Os 3 anéis da discórdia, de Gadelha do Cordel) e, além disto, ocupam-se de fatos do cotidiano (O Terrível Assassinato de Seis Empresários Portugueses ou O Monstro Lusitano, de Vidal Santos e Klévisson Viana).
É esta diversificação de abordagens que faz do folheto um material de interesse permanente. Se ontem dificilmente encontrava-se à venda um cordel assinado por uma poetisa, hoje, muitos nomes afloram com freqüência e sucesso. A igualdade feminina, tão perseguida, chegou finalmente aos cordéis com obras de VÂNIA FREITAS, ANA MARIA DE SANTANA, CLOTILDE TAVARES, FANKA, LOURDES RAMALHO, JULITA NUNES, MARIA DO ROSÁRIO LUSTOSA DA CRUZ, SALETE MARIA DA SILVA, SEBASTIANA GOMES ALMEIDA, HÉLVIA CALLOU e muitas outras.
Não posso e não devo esquecer-me de mencionar com distinção a nossa prolífera e inspirada MARIA GODELIVIE, que a cada dia nos traz um novo cordel, sempre engraçado, sempre original. A professora e poetisa Godelivie é da nova geração de cordelistas, a mais influente representante (na Paraíba). Leiam O Velhote Enxerido e comprovem.
* Manoel Monteiro é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, onde ocupa a cadeira de nº 38, patronímica de Manoel Tomaz de Assis.
Esse texto foi publicado no Jornal O Mossoroense no dia 30 de setembro de 2007. Confira no link http://www2.uol.com.br/omossoroense/061007/conteudo/recitanda.htm
Por Manoel Monteiro (*)
Venho falando há bom tempo que o - Folheto de Feira - ou cordel, livretos em poesia, tão difundidos no Brasil afora, está vivendo momentos de revitalização. Na vida nada acontece por acaso, tudo justifica-se. Vejam: Muitos dos poetas em atividade estão discutindo problemas atuais, fazendo que seus textos concorram em pé de igualdade com os demais meios de comunicação e levando o seu trabalho poético às escolas de todos os níveis, a ponto de muitas delas já classificarem, sem nenhum constrangimento, o folheto como paradidático. A leitura de uma obra poética é prazeirosa pela própria leveza do estilo literário.
Os poetas brincam de contar Histórias e não é de hoje que vêm acomodando criativamente clássicos da literatura universal na exigüidade das 16, 24 e 32 páginas que os cordéis ocupam. Fora as histórias inventadas (O Vingador da Honra ou o filho justiceiro) têm as histórias recontadas (A Herança do Sultão ou Os 3 anéis da discórdia, de Gadelha do Cordel) e, além disto, ocupam-se de fatos do cotidiano (O Terrível Assassinato de Seis Empresários Portugueses ou O Monstro Lusitano, de Vidal Santos e Klévisson Viana).
É esta diversificação de abordagens que faz do folheto um material de interesse permanente. Se ontem dificilmente encontrava-se à venda um cordel assinado por uma poetisa, hoje, muitos nomes afloram com freqüência e sucesso. A igualdade feminina, tão perseguida, chegou finalmente aos cordéis com obras de VÂNIA FREITAS, ANA MARIA DE SANTANA, CLOTILDE TAVARES, FANKA, LOURDES RAMALHO, JULITA NUNES, MARIA DO ROSÁRIO LUSTOSA DA CRUZ, SALETE MARIA DA SILVA, SEBASTIANA GOMES ALMEIDA, HÉLVIA CALLOU e muitas outras.
Não posso e não devo esquecer-me de mencionar com distinção a nossa prolífera e inspirada MARIA GODELIVIE, que a cada dia nos traz um novo cordel, sempre engraçado, sempre original. A professora e poetisa Godelivie é da nova geração de cordelistas, a mais influente representante (na Paraíba). Leiam O Velhote Enxerido e comprovem.
* Manoel Monteiro é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, onde ocupa a cadeira de nº 38, patronímica de Manoel Tomaz de Assis.
Esse texto foi publicado no Jornal O Mossoroense no dia 30 de setembro de 2007. Confira no link http://www2.uol.com.br/omossoroense/061007/conteudo/recitanda.htm
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Aos Brincantes Cordão do Caroá
Poema dedicado ao Reizado Brincantes Cordão do Caroá, programa de extensão do ICA- Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará, sito à rua Paulino Nogueira, 315- Benfica, que tem como objetivo valorizar e difundir as expressões e saberes das culturas de tradição oral cearenses e nordestinas:
Aos Brincantes
Aos Brincantes Cordão do Caroá
Eu venho vos fazer a citação
Sobre ritmos e sons do sertão
Que ecoam do chão do Ceará
Duma tal de "cutura populá"
Que conserva os valores do passado
Que as gerações nos deixaram gravados
Como cicatrizes no coração
Por isso com imensa satisfação
Trato-lhes como mestres do Reizado.
Guethner Wirtzbiki, às 16:07 do dia primeiro de Abril de 2008.
Aos Brincantes
Aos Brincantes Cordão do Caroá
Eu venho vos fazer a citação
Sobre ritmos e sons do sertão
Que ecoam do chão do Ceará
Duma tal de "cutura populá"
Que conserva os valores do passado
Que as gerações nos deixaram gravados
Como cicatrizes no coração
Por isso com imensa satisfação
Trato-lhes como mestres do Reizado.
Guethner Wirtzbiki, às 16:07 do dia primeiro de Abril de 2008.
Assinar:
Postagens (Atom)